Estudo Ipsos Education Monitor 2025 revela que 69% dos brasileiros e 71% da média global são a favor da proibição de redes sociais para menores de 14 anos, dando respaldo à lei sancionada este ano
Um ano após a sanção da Lei 15.100/2025, que restringe o uso de aparelhos eletrônicos pessoais, como celulares, nas escolas brasileiras, uma pesquisa global revela que a medida tem amplo apoio da sociedade. O Ipsos Education Monitor 2025, realizado em 30 países, constatou que 69% da população brasileira e 71% da média global concordam com a proibição do acesso a redes sociais para menores de 14 anos.
A lei, sancionada pelo presidente Lula em 15 de janeiro de 2025, gerou intenso debate no início do ano letivo, mas os números mostram uma tendência de crescente apoio. No Brasil, a adesão à restrição cresceu 9% em um ano, refletindo uma preocupação maior das famílias com o conteúdo acessado por crianças e jovens. Globalmente, o apoio aumentou 6%, com exceção de Tailândia, Hungria e Índia, onde os índices se mantiveram ou caíram.
Apoio Maciço dos Pais e Preocupação Global
O estudo aponta que o apoio é ainda mais forte entre os diretamente envolvidos: 74% dos pais com filhos em idade escolar concordam com a restrição. Quando questionados especificamente sobre a proibição de smartphones nas escolas, 62% dos brasileiros se mostraram a favor – um salto significativo em relação aos 49% registrados em 2024. Apenas 24% são contra.
A média global de apoio à retirada dos celulares das salas de aula foi de 55%, com variações regionais significativas. O continente europeu se mostrou o mais favorável, com destaque para a França, onde 80% apoiam a medida. Já a Ásia apresentou a menor adesão, com a Tailândia registrando apenas 35% de apoio.
Proteção da Infância e Respaldo para Políticas Públicas
Para Priscilla Branco, diretora de Reputação Corporativa e Public Affairs na Ipsos, os dados são um termômetro social claro. “O dado é um forte indicativo da crescente preocupação da sociedade com a proteção da infância”, afirmou. “Esse número dialoga diretamente com debates nacionais urgentes, como a percepção da ‘adultização’ precoce das crianças, que são expostas a conteúdos e interações para os quais não estão psicologicamente preparadas.”
Branco destacou ainda que a pesquisa oferece um “respaldo popular significativo” para discussões em tramitação no Congresso, como o Projeto de Lei de Regulação das Redes Sociais.
Metodologia e Outros Desafios da Educação
A pesquisa foi conduzida com 23.700 adultos em 30 países, com dados ponderados para refletir o perfil demográfico da população adulta de cada nação. Priscilla Branco explicou que o Ipsos Education Monitor visa fornecer evidências concretas para “o embasamento de decisões, o direcionamento de estratégias e a criação de políticas públicas”.
Além do tema do celular, o estudo mapeou outros desafios urgentes na educação, principalmente no Brasil:
- Desigualdade de acesso foi citada por 37% dos entrevistados como o maior problema.
- Falta de financiamento público foi apontada por 34%.
- Infraestrutura inadequada foi mencionada por 29%.
- Avaliação do sistema: Quase metade dos brasileiros (47%) considera o sistema educacional do País “muito ruim”.
Os resultados mostram que, paralelamente ao debate sobre a tecnologia nas escolas, a sociedade clama por políticas públicas que ataquem problemas crônicos e modernizem a educação como um todo.
Sobre a Ipsos
A Ipsos é uma das maiores empresas de pesquisa de mercado do mundo, sediada em Paris, França. Com atuação em 85 países, está presente no Brasil desde 1997, fornecendo análises de dados para ajudar empresas, governos e outras organizações a tomar decisões embasadas.
Imagem Agência Brasil


