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Ei! Psiu! Venha ler, porque a leitura é uma prática em severa crise

Pesquisa revela queda de 56% para 52% no percentual de leitores, no País, em quatro anos

  Ler é um hábito que a humanidade adquiriu desde tempos remotos, a partir das escritas, como, por exemplo, as cuneiformes e os hieróglifos, que desenvolveram o costume de escrever e ler, até que chegasse à forma da atualidade.  

   A partir daí, a escrita e a leitura, com as publicações que foram surgindo, sempre estiveram alinhadas e ler tornou-se algo natural e posteriormente estimulado através, principalmente, dos impressos e dos livros.

     No momento, assim como outros setores sociais, ela, a leitura, também começa a apresentar sua crise. Essa constatação foi feita por meio de uma pesquisa realizada pela socióloga Zoara Failla, que é gerente do Instituto Pró-Livro e coordenadora da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pela entidade. O documento Retratos da Leitura no Brasil, efetuado pelo Instituto Pró-Livro a partir de 2007, é o único levantamento em âmbito nacional cujo objetivo é avaliar o comportamento do leitor brasileiro.

     O estudo mais atual, intitulado Retratos da Leitura, realizado pelo Instituto Pró-Livro, em parceria com o Itaú Cultural, entre 2015 e 2019, revela uma redução no número de leitores no Brasil. Esse levantamento registra queda de 56% para 52% no percentual de leitores, no país, em quatro anos. Ao mesmo tempo, a parcela de não-leitores cresceu de 44% para 48%. A coordenadora da pesquisa e do Instituto Pró-Livro, Zoara Failla, comenta a mudança dos hábitos de leitura dos brasileiros pelo impacto do meio digital. 

     O IPL (www.prolivro.org.br) é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), sem fins lucrativos, criada e mantida pelas entidades do livro – Abrelivros, CBL e SNEL– com a missão de transformar o Brasil em um país de leitores. Procura promover pesquisas e ações de fomento à leitura. Realiza, periodicamente, a pesquisaRetratos da leitura no Brasil,maior e mais completo estudo sobre o comportamento do leitor brasileiro, a fim de avaliar impactos e orientar ações e políticas públicas em relação ao livro e à leitura, visando, assim, melhorar os indicadores de leitura e o acesso ao livro. 

Segundo Zoara Failla, coordenadora desse estudo, que foi realizado em 208 municípios do Brasil, são diversos os agentes que levam a esse resultado, que vão desde políticas públicas, uso das telas no tempo livre por mais de 80% dos brasileiros; pouca prática de leitura nas escolas; perfil leitor dos professores; valorização da leitura, entre outros fatores que impactam na formação dos leitores e no despertar do gosto pela leitura, com o fato de 36% não compreenderem o que leem. Para a socióloga, a escola é o local crucial da formação de leitores e do despertar do interesse pela leitura, mas, segundo a pesquisadora, temos problemas em relação aos professores que não são leitores, mais de 50% das escolas não têm bibliotecas. A pesquisadora destaca que, para contribuir para esse contexto, tivemos a pandemia que afastou as crianças das aulas presenciais e dos livros.  

     Em uma análise sobre a falta de leitura e suas consequências, Zoara Failla destaca que a leitura é a principal ferramenta de aprendizagem e de acesso ao conhecimento e à literatura, fundamentais para a formação de um cidadão crítico e capaz de ser sujeito das suas escolhas pessoais, profissionais e políticas. 

     Segundo a estudiosa no assunto, a leitura contribui para a percepção de informações falsas, principalmente nos dias atuais.   “O desenvolvimento social e humano de um país depende da educação e da leitura como ferramenta essencial da construção do conhecimento e da capacidade de discernir informações para não ser manipulado por Fake News”, alerta a socióloga, acrescentando que. “O uso das telas, segundo neurocientistas, está impactando a inteligência humana, a cognição e a saúde mental, em especial de crianças e jovens.  Falam em “cérebro podre”. O antídoto seria o livro e a literatura. Infelizmente, com esse retrocesso no número de leitores, a resposta é sim. Estamos empobrecendo culturalmente, socialmente e como cidadãos. O desenvolvimento humano, social e a democracia dependem de leitores críticos e autônomos, da leitura profunda, como defendem vários organismos internacionais”, enfatiza Failla. 

     Questionada pela equipe da revista Vila Morena se esperava o resultado de seu estudo ou se foi surpreendida pelo resultado, Zoara Failla revelou que, infelizmente, era esperado. Além da pandemia, que impactou as aulas presenciais, a socióloga lembrou que tivemos interrupção de políticas públicas fundamentais para garantir o acesso aos livros e o estímulo à leitura, como o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), no governo anterior. A pesquisadora lembrou, também, que em dez anos, 1.500 bibliotecas foram fechadas no Brasil.  O PNLL é uma ação liderada pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura e do Ministério da Educação. 

     Sobre essa redução no número de leitores, a pesquisadora faz um alerta. Zoara Failla destaca que toda a cadeia produtiva pode ser afetada se reduzirmos mais o percentual de leitores e consumidores de livros e que a família também tem participação de protagonismo nesse hábito de ler. “A família tem um papel fundamental no despertar do gosto pela leitura nas crianças de forma lúdica e afetiva.  Ler como exemplo, ler para e com as crianças, presentear com livros. A pesquisa mostra que temos mais leitores nas famílias que promovem esse despertar e essa mediação”, lembra Zoara. 

    Zoara Failla reconhece que os grandes eventos voltados para a cultura e principalmente para a leitura, como a Bienal Internacional do Livro 2025, no Rio Centro, no Rio de Janeiro, e que o título atribuído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), para a Cidade Maravilhosa de ser a “Capital Mundial do Livro”, contribui para uma representação positiva no imaginário da população sobre a importância dos livros. “A visitação de escolas e de crianças também mostra o livro como o personagem principal desses eventos. Sem dúvida, haverá grande divulgação dessa comemoração, o que esperamos deve impactar positivamente”, conclui.    

     A pesquisa da qual a socióloga Zoara Failla foi responsável visa possibilitar a construção e manutenção da série histórica do estudo – crucial para avaliação, monitoramento e orientação de políticas públicas. A metodologia da pesquisa segue a orientação do CERLALC (Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e o Caribe) e se mantém desde 2007. 

     Para identificar as mudanças que acontecem no cenário da leitura, em especial, impactado pelos novos suportes e meios digitais de acesso e produção de conteúdo, o Instituto Pró-Livro busca a cada edição a consultoria de especialistas para a formulação de questões voltadas a um diagnóstico mais preciso das mudanças que impactam o comportamento leitor. 

     O resultado dessa pesquisa leva a uma percepção urgente de estimular a leitura com urgência. Para começar, a Bienal Internacional do Livro 2025 estará acontecendo do dia 13 ao dia 22 de junho na cidade do Rio de Janeiro, que estará celebrando ser a Capital Mundial do Livro.    

Helio Tinoco

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