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Etarismo com o universo LGBTQIA+ é um caso de vergonha alheia

Viver é uma dádiva divina, existir é o gozo da vida, porém muita gente não sabe alcançar essa plenitude. Uma das barreiras mais nocivas para a integridade de um ser humano é o preconceito. Seja ele contra qualquer condição do outro, pode ser pela cor da pele, pela religião ou por sua orientação sexual, seu gênero (a misoginia é aversão à mulher), a transfobia, a homofobia, esses são alguns exemplos desse comportamento que trava a leveza de uma pessoa com seu ato de existir.    

O etarismo, por exemplo, é o preconceito contra pessoas devido à sua idade, um tipo de preconceito que afeta principalmente as pessoas idosas. Essa discriminação pesa mais ainda quando a pessoa idosa está em uma das letras do movimento LGBTQIA+. Essas são ainda mais excluídas e essa atitude pode levar a pessoa a sofrer dois tipos de discriminação: isolamento e vulnerabilidade.

 Se o etarismo contra uma pessoa de 60+ que não esteja na comunidade da diversidade sexual e de gênero é um ato prejudicial, quando praticado contra membros LGBTQIA+ na melhor idade, essa ação é ainda mais prejudicial e pode levá-las a sentirem-se isoladas. Nos homens homossexuais, por exemplo, isso pode levá-los a sofrer pressão estética voraz, temer a solidão e a falta de apoio familiar, onde muitos chegam a ser ridicularizados ou até mesmo recebem títulos do tipo “tia velha”

 As mulheres lésbicas também ficam expostas a esse desrespeito dobrado. Devido à sua orientação sexual e à idade, podem sofrer invisibilidade tanto como mulher quanto por serem lésbicas. Essa condição afeta todo o universo feminino, onde a transfobia é algo também bastante nocivo ao psicológico de uma pessoa idosa.

 Diante de todas essas consequências, ainda que no Brasil existam políticas públicas para a comunidade LGBTQIA+, para a pessoa idosa (que já sofre o etarismo sendo heterossexual) estando ela fora dos “padrões” considerados por boa parte da sociedade, o preconceito como um todo segue sendo praticado (ainda que proibido por lei), e contra pessoas LGBTQIA+ ele ainda é maior e mais agressivo.

  Apesar de toda a importância do trabalho realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do censo demográfico, o último levantamento de 2022 não apresentou uma população LGBTQIA+, devido a uma determinação judicial aplicada por um desembargador federal. Porém, uma pesquisa nacional de saúde, feita pelo instituto, mostrou que 2,8 milhões de brasileiros se autodeclaram.

Gay, lésbica ou bissexual, o que corresponde a 1,8% da população. Apesar de esse número ser tomado como oficial, a Aliança Nacional LGBTQIA+ estima que o número real esteja próximo dos 10%.

Mesmo que pesquisas oficiais não façam um retrato dessa comunidade, sabemos que o risco à saúde do cidadão idoso ou idosa os coloca num dos grupos mais propensos a depender de serviços de cuidados formais, devido, principalmente, à sua carência socioeconômica. Essa condição, aliada ao preconceito arraigado na sociedade, inclusive em profissionais da saúde e da assistência social, acaba por favorecer um modelo de atendimento cis heteronormativo em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI). Artigo publicado pela revista Ciência & Saúde Coletiva em novembro de 2023 destaca que, “Embora o envelhecimento populacional gere diversos desafios às políticas públicas, pessoas idosas ainda padecem de invisibilidade social, fator agravado pelas desigualdades econômicas, dificuldade de acesso a serviços de saúde e falta de implementação de direitos humanos.” Na velhice, há grupos ainda mais invisibilizados e marginalizados, entre eles, as pessoas idosas, lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queers, intersexuais e assexuais (LGBTQIA+)”.

 O que se faz urgente nesse 1/4 de século é a necessidade de chamar a atenção dos preconceituosos em dose dupla, pelo etarismo e fobia LGBTQIA+.

 Com um mundo cada vez mais individualista, carregado de ameaças de epidemias, guerras, desastres climáticos, abalos sísmicos, entre outros, é preciso olhar a vida com contemplação ao tempo. Chegar a uma etapa da vida (60 +) pode não ser tão possível para as gerações que praticam o preconceito (não porque ele mate a quem o aplique), ao contrário, porque conseguir chegar a essa fase da vida, que já recebeu tantos títulos como “terceira idade” ou “melhor idade”, é uma dádiva e motivo de um enorme auto-orgulho. Enquanto nós que sentimos na pele ou aqueles que presenciam atos insanos de etarismo, sobretudo contra a pessoa idosa LGBTQIA+, é motivo de sentir uma enorme vergonha alheia.  

(O Estatuto do Idoso (Lei n.º 10.741/2003) criminaliza qualquer ato que ponha em risco a saúde ou a vida da população idosa. A homofobia é considerada crime imprescritível e inafiançável. Atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais são considerados crime de racismo (o STF se baseou no artigo 20 da Lei 7.716, de 5 de janeiro de 1989). Em 2023, o STF decidiu que ofensas homofóbicas podem ser reconhecidas como crime de injúria racial.  Denuncie a homofobia e a transfobia pelo Disque 100 ou no Disque Denúncia da sua cidade.

Helio Tinoco

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